sábado, 28 de setembro de 2013

Conheça a Primeira Revista Feminina do Nordeste – O Lyrio



07/06/2013 09:14h



Revista Feminina mensal O Lyrio: representante da imprensa de orientação feminina conhecida como “imprensa perfumada”
*Por Poliana Nascimento
     
     Primeira Revista Feminina do Nordeste. Circulou por dois anos no alvorecer do séc. XX. Redigida e editada pela mulher do jurista Clóvis Bevilaqua, Amélia de Freitas Bevilaqua. Defendia a educação das mulheres e a igualdade de direitos. Eram publicados temas literários femininos de autoras estrangeiras.
     
     Surgiu em 5 de novembro de 1902 e continuou a publicação regularmente até o mês de junho de 1904, quando circulou o nº 20. Teve como corpo redacional: Amélia de Freitas Bevilaque (redatora-chefe), Cândida Duarte de Barros (redatora-secretária), Edwiges de Sá Pereira, Maria Augusta Freire, Belmira Villarim, Adalgisa Duarte Ribeiro, Luiza Cintra Ramalho e Ursula Garcia (redatoras).
     
     Nela foram publicados poemas, contos, crônicas, críticas literárias das primeiras escritoras nordestinas e de algumas do Rio de Janeiro, além de traduções de poemas, na maioria de poetas franceses e algumas fotos de mulheres atuantes na literatura ou na ciência. Os artigos publicados tratavam de questões religiosas, a luta das mulheres da época, a criação da universidade no Brasil (no Rio de Janeiro), noticiário social, uma seção de passatempo, raros originais de músicas e anúncios nas páginas inferiores da capa. Os clichês eram confeccionados em Portugal e na Itália.
     
     A redação situava-se na rua do Lima nº 54, residência da redatora-secretária, custando 1$000 o exemplar e 2$000 a assinatura trimestral. O primeiro número foi confeccionado na Imprensa Industrial, à rua Visconde de Itaparica (hoje – do Apolo) nº 49/51, saindo os demais da tipografia A Província, situada à rua do Imperador nº 19.
      
     As dirigentes da revista preocupavam-se bastante com a sua distribuição, feita não só em território nacional mas também no exterior. A revista mantinha contato com colaboradoras no Uruguai, em Montevidéu, na Argentina, em Buenos Aires,  na França, em Paris, Lyon e Vincènnes. Um fato real é o elogio feito à revista brasileira peloColumma del Hogar, em Buenos Aires.

Referências recomendadas:

1.   O LYRIO. Recife, PE: Typ. A Província, 1902 – 1904.

2.   MENDES, Algemira Macêdo. Amélia Carolina de Freitas Beviláqua: “uma piauiense notável”. In: ____. Maria Firmina dos Reis e Amélia Beviláqua na história da literatura brasileira: representações, imagens e memórias nos séculos XIX e XX. Disponível em: http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/16/TDE-2007-06-20T155835Z-693/Publico/390035_p1_282.pdf. Acesso em: 17 maio 2013.

3.   MÍCCOLIS, Leila. Mulheres da Belle-Époque e suas parcerias textuais Lyrio-Líricas. Disponível em:http://literaciareteses.blogspot.com.br/2010_07_04_archive.html. Acesso em: 17 de maio 2013.

4.   MORAIS, Maria Luiza Nóbrega de. Presença feminina no jornalismo pernambucano: dos primórdios à regulamentação profissional. Disponível em: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/5o-encontro-2007-1/Presenca%20feminina%20no%20jornalismo%20pernambucano%20dos%20primordios%20a%20regulamentacao.pdf. Acesso em: 17 maio 2013.

5.   NASCIMENTO, Luiz do. História da imprensa de Pernambuco (1821 – 1954). Volume VII. Periódicos do Recife – 1901/1915. Recife: Imprensa Universitária, 1975. p. 83 – 85.

*Poliana Nascimento é bibliotecária, chefe do Setor de Obras Raras.

>> ONDE ENCONTRAR O LYRIO?Setor de Obras Raras da BPE
Telefone para agendamento de visita: 81. 3181- 2650




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