domingo, 27 de outubro de 2013

O GRITO - Munch - HORROR - Quintana

Edvard Munch, 1893, O grito, caseína, crayon e têmpera sobre tela, Galeria Nacional,
  Oslo, Noruega.
Tamanho: 91cm X 73,5cm. Movimento: Expressionismo
O artista deforma a figura e converte-a num grito contra a tradição clássica da pintura.


“Horror: Com os seus OO de espanto, seus RR guturais, seu hirto H, HORROR é uma palavra de cabelos em pé, assustada da própria significação.”
(Texto de Mario Quintana para o Caderno H)



CONCEITO ESTÉTICO DO "BELO"

Vênus de Milo, mármore,
altura 202 cm.,
 encontrada em Milo, 130-120 a.C.,
 Museu do Louvre.

Padrão de beleza clássica,
 especialmente pelo uso da
seção
 áurea para determinar
as proporções.


O belo é um conceito relacionado à determinadas características visíveis nos objetos (ou seres). Historicamente, é o fruto maior da estética clássica, grega e romana.
Foi desenvolvido pelos filósofos gregos e exemplarmente demonstrado em suas escultura, arquitetura e pintura. Estas obras seguem sendo, passados mais de dois mil anos, os paradigmas dos objetos belos.
Eu posso gostar do que é feio, do que é amargo ou assustador, portanto não é o gosto que define o que é belo.
Acompanhando a milenar tradição clássica, podemos definir o belo formalmente, isto é, a partir de certas características das formas dos objetos.
Padrão de beleza clássica, especialmente pelo uso da seção áurea para determinar as proporções.
Estando presentes estas características, o objeto tem larga chance de ser belo. Posso não gostar dele, posso considerá-lo frio e distante como um estranho extraterrestre alheio às imperfeições e paixões da vida, mas ele adequa-se aos critérios de beleza de 20 séculos de arte e arquitetura.

Três destas características formais são a ordem, a simetria e a proporção. Pensadas na Grécia clássica, estas três categorias atravessaram milênios de história, informando muita da arte gótica, renascentista, neoclássica etc. até os dias de hoje.


Texto de João Werner


Fonte: http://www.auladearte.com.br/estetica/belo.htm#ixzz2iuu8OkCB
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sábado, 26 de outubro de 2013

POR QUE SE DIZ: "POETA LÍRICO" OU POESIA "LÍRICA"?

POR QUE SE DIZ: "POETA LÍRICO" OU POESIA "LÍRICA"?


O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”, um instrumento musical grego. Durante o período da Idade Média os poemas eram cantados e divididos por métricas (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do autor e, portanto, é inteiramente subjetiva.
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo, não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que dependerá dos elementos literários inseridos nela.

Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto, poesia rimada, composta por quatorze versos, dois quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12 sílabas).

O QUE É UM SONETO?

SONETO


O SONETO é uma pequena composição poética composta de 14 versos, com número variável de sílabas, sendo o mais freqüente o decassílabo, e cujo último verso (dito chave de ouro) concentra em si a ideia principal do poema ou deve encerrá-lo de maneira a encantar ou surpreender o leitor. Pode ter a forma do soneto italiano (o mais praticado) ou do soneto inglês. (Fonte: Houaiss)

Veja abaixo um soneto da autoria da homenageada no Concurso de Poesias Conspiração do Lyrio, a poetisa Úrsula Garcia. (Veja o Edital clicando na aba correspondente e PARTICIPE do Concurso)


sábado, 19 de outubro de 2013

MINICONTO - O PEIXE

FRANCISCO DELIANE


O casamento ia de mal a pior e ele escolhera o pior caminho, - escondia-se na farra. De manhã ia ao trabalho mas só voltava de madrugada. Um dia encontrou a casa vazia, exceto o seu pequeno aquário no piso, no canto da sala, com um único peixe que alheio a tudo nadava, nadava, nadava... sozinho na maior farra. 


Nada restou na casa exceto o peixe no aquário e o silencio. Silêncio pesado, silêncio de dor e medo que parecia dizer que na casa restaram dois peixes. Um, no aquário; o outro, fora d'água.

O silêncio o fez pensar: 

Ele era o peixe. Ela era a água.

Como fazer? O que haveria de fazer? Mas o silêncio não lhe respondeu nada.

domingo, 13 de outubro de 2013

sábado, 12 de outubro de 2013

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA - 12 DE OUTUBRO



Nossa Senhora Conceição Aparecida


12 de Outubro

Em 1928, o Papa Pio XI batizou Nossa Senhora Conceição de Aparecida como rainha e padroeira do Brasil. Mas somente em 1954 que a santa passou a ser homenageada, especificamente no dia 12 de outubro, dedicado a ela.





COMO TUDO COMEÇOU?


A devoção à santa vem de longa data. Mais precisamente em 12 de outubro de 1717, quando três pescadores, Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves, após jogarem suas redes no rio Paraíba, pescaram a imagem da santa. Um sinal para a farta pescaria que viria a seguir.

A imagem em madeira media 40 cm de comprimento. Felipe guardou a imagem em sua casa, onde recebeu várias pessoas que queriam ver Nossa Senhora e fazer orações e novenas. Cinco anos depois, ao se mudar para outro bairro, ele deu a imagem a seu filho Athanásio, e pediu que a guardasse.

Na casa de Athanásio, foi construído um altar de madeira onde todos os sábados ele e os vizinhos rezavam um terço em sua devoção. Neste altar, os fiéis acreditam que Nossa Senhora fez seu primeiro milagre, apagando duas velas no momento da reza. Os presentes ainda tentaram reacendê-las mas não conseguiram.


O SANTUÁRIO

Em 1735, o vigário da cidade de Guaratinguetá construiu uma capela no Morro dos Coqueiros aberta à visitação pública. Mas o número de fiéis aumentava ano após ano, o que exigiu a construção de um basílica, batizada de Basílica Velha, localizada na cidade de Aparecida, em São Paulo.

A necessidade de uma basílica maior fez com que fosse construído o Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, na mesma cidade, em 1955. Em tamanho, só perde para a de São Pedro, no Vaticano.

Abrigando a imagem encontrada no rio Paraíba, a basílica nova recebe romeiros o ano todo, aumentando quando se aproxima 12 de outubro e tem capacidade para receber 45 mil pessoas.

Em 1717 foi encontrada por pescadores, no rio Paraíba, uma imagem da Senhora da Conceição. Primeiro encontraram o corpo sem cabeça e logo após, a cabeça. O pescador Filipe Pedroso guardou a imagem em sua casa, onde passou a ser venerada pela família e por demais pessoas. Com o tempo, foram sendo atribuídos à imagem, diversos milagres.

A devoção foi crescendo e com o passar do tempo a imagem foi sendo chamada pelo povo de Senhora da Conceição Aparecida. Seu escultor foi, com grande probabilidade, Frei Agostinho de Jesus OSB por volta de 1650, em Sant’Ana do Parnaíba. Supõe-se que alguém, por estar a imagem quebrada, lançou-a às águas do rio.

Em 1741 iniciou-se a construção de uma igreja nova para veneração e culto à imagem. Em 1888 foi terminada pelo Frei Monte Carmelo OSB a chamada Basílica Velha e inaugurada solenemente pelo então bispo de São Paulo, D. Lino Deodato.

A importância da figura de Maria na Igreja, prende-se à importância do papel que ela teve na história da salvação, particularmente importante no mistério da encarnação junto ao Messias: mãe. Discreta durante o nascimento do Redentor, foi também uma presença discretíssima durante a vida pública de Jesus. Quantos fatos ela apenas “guardava em seu coração”!

E finalmente nos é dada como mãe, pelas palavras do próprio Salvador. Maria, repleta dos dons do Espírito Santo, mãe da Igreja, prolonga sua preciosa presença até o fim dos tempos, derramando sobre os membros de Cristo as graças que possui em plenitude.

A presença de Maria é um fio de ouro encontrado no tecido da história da salvação. Daí os cristãos, desde o início da Igreja reconhecerem a grandiosidade desta figura e prestarem culto a Deus através dos mais importantes momentos da vida de Maria e suplicarem sem cessar sua intercessão.





Alguns milagres atribuídos a Nossa Senhora Conceição Aparecida

A libertação do escravo Zacarias

O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés, e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por libertá-lo.

O cavaleiro ateu

Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega

Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a ela e, de repente, exclamou “Mãe, como aquela igreja é bonita.” Estava enxergando, perfeitamente curada.


História da Imagem
Nossa Senhora da Conceição Aparecida


A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal , Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto – MG.

Convocado pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu. João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.

A família construiu um oratório, que logo tornou-se pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.

A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, Nossa Senhora foi proclamada “Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial”, por determinação do Papa Pio XI.



Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessário a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida: Santuário Nacional; “maior Santuário Mariano do mundo”.

Descrição da Imagem



A Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é de argila e foi encontrada no rio Paraíba na segunda quinzena de outubro de 1717, medindo 40 centímetros de altura. Seu estilo é seiscentista, como atestam alguns especialistas que a estudaram. Em 1978, após o atentado que a reduzira em quase duzentos fragmentos, foi encaminhada ao Prof. Pietro Maria Bardi, que a examinou com o Dr. João Marinho, colecionador de imagens brasileiras. Foi totalmente reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni.

Coroa e Manto




A partir de 8 de setembro de 1904, quando foi coroada, a imagem passou a usar oficialmente a coroa ofertada pela Princesa Isabel em 1884, juntamente com o manto azul-marinho.




quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Amália - Foi Deus

Cancao do Mar (+playlist)

CONCURSO LUSÍADAS DE CONTO


A POESIA LÍRICA DE CAMÕES

CAMÕES LÍRICO

A Escola de Atenas

Camões é tradicionalmente considerado o maior poeta lírico português. A poesia lírica de Camões apresenta-se marcada por uma dualidade: ora são textos de nítida herança da tradicional poesia portuguesa, inclusive escritos em redondilhas; ora são poesias perfeitamente enquadradas no estilo novo do Renascimento. Entretanto, não se pode dizer que Camões tenha conseguido isolar suas influências; pelo contrário, elas aparecem misturadas, fundidas, resultando daí uma obra típica do século XVI. Para uma da poesia lírica camoniana, passamos a uma rápida caracterização dos principais temas abordados:
-Poesia tradicional- a herança das cantigas trovadorescas em Camões aparece principalmente nas redondilhas. O mar, a fonte, a natureza surgem constantemente em diálogos, lembrando as cantigas de amigo:


Cantiga 

“Cantiga alheia:
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”


Voltas 
Luis de Camões
“Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando, 
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”

Como se observa, é a mesma temática das cantigas de amigo, só que agora escrita em terceira pessoa, e não mais em primeira, ou seja, o poeta não mais escreve colocando-se no lugar da mulher, mas escreve sobre a mulher angustiada à espera de seu namorado. 

- Neoplatonismo (as idéias platônicas em Camões)- Platão e sua filosofia foram retomados em meados do século XV pelos humanistas da cidade de Florença e marcaram fortemente toda a produção literária do Renascimento. Percebe-se nitidamente essa influência platônica em várias composições de Camões, tanto em alguns sonetos como nas redondilhas de Babel e Sião.
Platão concebia dois mundos: um mundo sensível, em que habitamos, e o mundo inteligível, das idéias puras. Neste, encontramos as divinas essências, as verdades: Deus, o Belo, o Bom, a Sabedoria, o Amor, a Justiça etc. No mundo sensível, as realidades concretas são simples sombras ou reflexos das idéias puras. As almas, que são imortais, habitam o mundo inteligível; quando as almas caem da esfera inteligível para a sensível, conservam uma recordação que podem avivar por meio da reminiscência. Há, dessa forma, uma constante busca do ideal, que não é mais do que uma tentativa de ascensão do mundo sensível (das realidades concretas, meras imitações particulares) ao mundo inteligível (da essência, a verdade universal). No mundo sensível temos, por exemplo, amores particulares; no mundo inteligível, temos o Amor (a maiúscula indica sempre a essência, a idéia), ou melhor, o Amor platônico. 
A partir do século XV, percebe-se uma tentativa de aproximar a filosofia platônica dos princípios do cristianismo. Dessa forma, o mundo inteligível, as essências, as verdades corresponderiam, segundo a tradição cristã, ao Céu e as criações divinas.

Seio
“O teu seio que em minha mão
Tive uma vez, que vez aquela!
Sinto-o ainda, e ele é dentro dela
O seio-idéia de Platão.”

(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 8 ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1980. p.224.)

A alegoria da caverna

“Num de seus diálogos, em A República, Platão compara os dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível; compara-os as sombras que se projetariam no fundo de uma caverna escura se por diante da entrada dessa caverna passassem objetos iluminados pelo sol. Do mesmo modo que entre as sombras projetadas por esses objetos e os objetos mesmos há um abismo de diferença, e, sem embargo, as sombras são em certo modo partícipes da realidade dos objetos que passam, desse mesmo modo os seres que contemplamos na nossa existência sensível, no mundo sensível, não são mais que sombras efêmeras, transitórias, imperfeitas, passageiras, reproduções ínfimas, inferiores, dessas idéias puras, perfeitas, eternas, imperecíveis, indissolúveis, imutáveis, sempre iguais a si mesmas, cujo conjunto forma o mundo das idéias.”

(MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos da filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 1964.p.85-6.) 

Em plena década de 70, Gilberto Gil compôs uma música na qual, de forma platônica, falava da esperança de viver numa sociedade mais justa, livre e feliz (seria a idéia pura, mundo inteligível), em oposição à situação concreta de uma sociedade injusta e ditatorial, um mundo de trevas (mundo sensível). O compositor baiano inicia a letra da composição lembrando a alegoria da caverna:


“O mundo da sombra, caverna escondida, 
onde a luz da vida foi quase apagada;
o mundo da sombra, região do escuro,
do coração duro, da alma abalada, abalada...” 

A música intitula-se “Balada do lado sem luz”.

-O Amor- um dos temas mais ricos da lírica camoniana é o Amor visto como idéia (neoplatonismo) e o amor como manifestação de carnalidade. No Amor enquanto idéia ou espiritualidade, que conduz a uma idealização da mulher, é nítida a influência da poesia de Petrarca (e, por extensão, de Dante Alighieri). A mulher amada é sempre retratada de forma ideal, recorrendo o poeta a uma constante adjetivação, que descreve um ser superior, angelical, perfeito (tal qual Laura, amada por Petrarca, e a Beatriz de Dante Alighieri). Por outro lado, a própria vida atribulada do poeta, sua experiência concreta (diríamos, do mundo sensível), leva Camões a cantar não mais um amor espiritualizado, mas um amor terreno, carnal, erótico (é a Vênus que aparece em inúmeras poesias líricas e mais adiante aparecerá em Os lusíadas). A impossibilidade de obter uma síntese desses dois amores leva a poesia camoniana algumas vezes a uma contradição que se manifesta no uso abusivo de antíteses.

- O “desconcerto do mundo”- esse foi um dos temas que mais perturbou o poeta português, manifestando-se nas injustiças, no prêmio aos maus e no castigo aos bons; na ambição e na tentativa de guardar bens que acabam no nada da morte; nos sofrimentos constantes que aniquilam as prováveis conquistas; enfim, num conflito violento entre o ser e o dever ser. Portanto, o mundo é um “desconcerto” e:

“Quem pode ser no mundo tão quieto
ou quem terá tão livre o pensamento
(ao)
ver e notar do mundo o desconcerto?”

O inconformismo do poeta se manifesta claramente nas famosas redondilhas que afirmam:

“Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos,
e, para mais me espantar, 
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.


Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mal.Mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.”


Nota do blog: Fonte: http://lerliteratura.blogspot.com.br Artigo postado por:  Maria Generosa Ferreira Souto

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

REGULAMENTO - EDITAL

EDITAL - REGULAMENTO DO CONCUSO NACIONAL DE POESIAS
Prêmio Poetisa Úrsula Garcia

DO CONCURSO E DO TEMA
Art. 1º – A MECENAS EMPRESA PRODUTORA DE ARTE E CULTURA em parceria com o blog "CONSPIRAÇÃO DO LYRIO" por meio deste edital abre inscrições para o "Concurso Nacional de Poesia - Prêmio Poetisa Úrsula Garcia".
Parágrafo único – O tema é livre.

DA HOMENAGEADA NO CONCURSO
Art. 2º - O concurso é uma homenagem ao sesquicentenário de nascimento da Poetisa Úrsula Garcia, nascida em Aracati - CE, no dia 03 de março de 1864. A poetisa a par de ser co-fundadora e assidua colaboradora, em 1903 tornou-se Secretária da Revista Literária "O Lyrio", revista esta que tinha como preocupação maior multiplicar os canais de participação das mulheres em todas  esferas sociais.

DAS INSCRIÇÕES
Art. 3º – Podem participar do Concurso cidadão de qualquer nacionalidade, desde que legalmente capaz segundo a Lei de seu país e que o(s) poema(s) inscritos estejam escritos em língua portuguesa.
Art. 4º – As inscrições serão feitas exclusivamente através do e-mail: conspiracaodolyrio@gmail.com  no período de 01 de outubro a 30 de outubro de 2013.
Art. 5º – Cada participante pode se inscrever com até 02 (dois) poemas. Os poemas a serem inscritos não podem ter sido anteriormente  publicados em obra impressa.
§ 1º – Os poemas devem ser enviados via email em forma de anexo, um anexo para cada poema e que serão denominados "anexos II e III", posto que o "anexo I" deve conter os dados do autor, tais como: nome completo, NOME LITERÁRIO (é o nome que deve figurar na obra) endereço residencial completo incluindo o CEP, Nº do documento de identidade, CPF, telefone, e-mail, endereço de rede social, breve biografia contendo no máximo 500 palavras, e título(s) do(s) poema(s),  obedecendo aos seguintes critérios:
a) Os poemas devem ser digitados em editor de texto eletrônico (Word);]
b) Fonte Times New Roman, tamanho 12;
c) Cada poema não deve exceder o limite de duas páginas no tamanho A4;
§ 2º – As inscrições são gratuitas.
§ 3º – Ao se inscreverem, todos os candidatos aceitarão automaticamente todas as cláusulas e condições estabelecidas no presente regulamento.

DA PREMIAÇÃO
Art. 6º  - Além da publicação em livro impresso serão conferidos premio em dinheiro na importância de R$ 1.000,00 (hum mil reais) ao primeiro colocado e R$ 500,00 (quinhentos reais) ao segundo colocado.
§ 1º – Os poemas classificados em número de 100 serão publicados em livro impresso com uma tiragem inicial de 1.000 (mil) exemplares.

DA COMISSÃO JULGADORA
Art. 7º – A Comissão Julgadora, será escolhida pela Comissão de Organização do Concurso e será composta por 03 (três) membros com amplo conhecimento e experiência em Literatura.
Parágrafo único – A Comissão Julgadora terá autonomia no julgamento, que será regido pelos princípios da originalidade e linguagem poética.

DO RESULTADO
Art. 8º – O resultado do Concurso será divulgado no dia 02 de dezembro de 2013 pelo blog: https://www.conspiracaodolyrio.blogspot.com.br
Art. 9º - A solenidade de lançamento do livro e entrega da premiação ocorrerá no início de 2014, ano em que se comemoram os cento e cinqüenta anos de nascimento da Poetisa ÚRSULA GARCIA - Homenageada neste concurso.

DA PUBLICAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA ANTOLOGIA.
 Art. 10º - Cada autor classificado contribuirá com a aquisição de pelo menos 06 exemplares  da obra impressa, a título de apoio na divulgação e distribuição do trabalho comum, cujo resultado concreto é a antologia que será denominada de "Conspiração do Lyrio".
Art. 11º - Os livros serão entregues no endereço informado na inscrição, até a data da solenidade de lançamento.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12º – Os casos omissos serão decididos, em comum acordo, pela Comissão Julgadora e pela Comissão de Organização do Concurso.
Art. 13º – A MECENAS EMPRESA PRODUTORA DE ARTE E CULTURA detém todos os direitos de Publicação e Distribuição da obra.
Art. 14º – Do julgamento apresentado pela Comissão Julgadora, quanto à qualidade dos poemas selecionados, não caberá qualquer recurso, ficando esta medida adstrita às condições extrínsecas do concurso, dispostas nas cláusulas deste Regulamento, que será julgado pela Comissão de Organização do Concurso.
Art. 15º - Outras informações poderão ser solicitadas através do email: conspiracaodolyrio@gmail.com
Fortaleza, 28 de setembro de 2013.

Comissão Organizadora

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ATO DE CONTROLAR A VIDA ALHEIA


Ato de controlar a vida alheia é tema de livro




Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S.Paulo


O livro começa com uma convocação para que todos os cidadãos de uma cidade examinem seu caráter e suas ações. Nesse prólogo, o personagem do Apregoador anuncia que todos serão visitados em casa e ali mesmo sofrerão as penas impostas por uma espécie de Inquisição pós-moderna, em que se destacam as figuras desse Apregoador e do Olheirento. Ambos vivem no alto de um prédio, ao relento, como personagens beckettianos, espreitando os moradores da cidade a mando de um inquisidor. É uma cena familiar nos dias que correm, especialmente se o suspeito for a presidente da República, mas o fato é que A Cidade, Inquisidor e os Ordinários, novo romance do mineiro Carlos de Brito e Mello, foi concebido bem antes de os jornais noticiarem que Dilma estava sob a mira de espiões do governo norte-americano.

Marcos de Paula/ Estadão
O mineiro Brito de Mello mostra aguçado senso de observação



Por uma dessas inexplicáveis coincidências, o livro é lançado justamente quando documentos revelam que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA teriam monitorado conversas de Dilma Rousseff com ministros e assessores. Mas Carlos de Britto e Mello, que tem nome de diplomata mas é psicanalista e romancista, não tem vocação para Edward Snowden, ex-agente da NSA que denunciou o megaesquema de vigilância da agência. O negócio de Brito e Mello é ficção, embora o anonimato dos personagens de seu novo livro possa servir a uma poderosa metáfora sobre o Big Brother orwelliano, que espiona a vida de todos os cidadãos para controlar o mundo como se fosse seu quintal.

Brito e Mello é autor de um livro de contos, O Cadáver Ri de Seus Despojos (Scriputm, 2007), e do elogiado romance A Passagem Tensa dos Corpos. Em ambos, a morte ocupa o posto central. No último, o protagonista é um cadáver que, preso a uma cadeira da sala de jantar de uma família burguesa, testemunha, em sua incorporeidade, os preparativos de casamento da filha, buscando inutilmente uma linguagem que lhe permita existir. O filho, nesse ambiente lúgubre, passa os dias trancado no quarto.

Houve quem identificasse no livro certo parentesco estilístico com o universo oclusivo de outro mineiro, Lúcio Cardoso. Haverá quem veja em A Cidade, o Inquisidor e os Ordinários traços do pernambucano Osman Lins, talvez uma alegoria da arte do romance, como Avalovara, que pretendia abarcar o universo por meio da linguagem. O certo é que, embora admire os dois autores, Brito e Mello segue o próprio caminho em sua polifonia sobre um inquisidor que mobiliza toda uma cidade em torno de denúncias sobre o comportamento de seus habitantes. Pressionados, a defesa deles passa a ser a acusação do próximo, num círculo infernal que torna todos os cidadãos culpados.

Natural de Belo Horizonte, o escritor de 39 anos viajou por muitas cidades do interior de Minas com costumes esquisitos, como Visconde do Rio Branco, onde ouviu, para seu espanto, um alto-falante anunciar os óbitos dos moradores - e que lhe serviu de inspiração para A Passagem Tensa dos Corpos. O novo romance não tem um modelo real, mas, como se sabe, Minas Gerais foi uma das regiões que mais recebeu cristãos novos no século 18 - e alguns marranos encontram a morte por meio de denúncias de vizinhos. No romance, o inquisidor vai atrás de infratores - não os hereges do passado, mas os bodes expiatórios do presente. "Esse parece ser um estado permanente aqui, considerando a recente polêmica provocada pela chegada dos médicos cubanos, xingados por seus pares brasileiros", observa o autor.

A nossa é uma sociedade conspiratória, conclui Brito e Mello, que levou três anos para construir a narrativa fracionada de A Cidade, O Inquisidor e os Ordinários. “Todos enfrentamos a pequena conspiração ordinária de vizinhos invejosos e colegas de trabalho que tentam puxar nosso tapete, exercitando o tempo todo essa sabotagem um do outro, de uma maneira miúda.” Embora exista um narrador principal, o escritor garantiu a outras vozes do romance o poder de entrar clandestinamente no barco da narração, construindo o romance sobre uma plataforma polifônica – o que lhe dá um caráter quase teatral. A evocação de Beckett é imediata. “É um autor da paixão e admito que ele aparece com força.” Quanto a Osman Lins, ele não tinha a intenção de se aproximar de sua vizinhança simbolista, apesar do respeito que tem por sua obra.

A narração polifônica, observa Brito e Mello, não foi um recurso puramente formal. “Ela suscita a dúvida – a verdade, afinal, estaria onde?”, pergunta, classificando seu romance como uma aventura cubista em que o fragmento é uma maneira de se chegar à totalidade. “Essa maneira esburacada talvez seja, afinal, o melhor modo de se falar de moral e lei.”



A CIDADE, O INQUISIDOR E OS ORDINÁRIOS
Autor: Carlos de Brito e Mello
Editora: Companhia das Letras (472 págs., R$ 49,50).
Versão e-book: R$ 34,50

DESCLASSIFICAÇÃO DA FINAL DA JABUTI


Três livros são desclassificados da final do Jabuti



Julia Affonso

O conselho curador do Prêmio Jabuti desclassificou três obras que estavam na fase final da premiação, na terça-feira, 24. Dois livros da categoria tradução e outro da infantil foram eliminados, pois estavam em desacordo com o regulamento. Na semana passada, os jurados do Jabuti escolheram os dez finalistas de cada uma das 27 categorias do prêmio.

Duas mudanças foram feitas na categoria tradução, depois de questionamentos feitos pelo jornal O Globo. O livro Ficção Completa, de Bruno Schulz (Cosac Naify), traduzido por Henryk Siewierski, foi substituído por O Comedido Fidalgo (Benvirá), de Juan Eslava Gavan, na tradução de Josely Vianna Baptista. A obra eliminada já havia tido uma parte traduzida anteriormente.”Não se pode considerá-la uma nova tradução e sim uma tradução revista”, informou o conselho curador.

A outra tradução desclassificada foi a do autor Mamede Mustafa Jarouche. O Livro das Mil e Uma Noites – Volume 4 (Globo) foi substituído por Fora do Tempo (Companhia das Letras), de David Grossman, na tradução de Paul Geiger. Segundo o regulamento do Prêmio, caso o livro tenha vários volumes, na categoria tradução é considerada a data da última obra publicada, desde que nenhum dos demais volumes tenha sido inscrito em edições anteriores do Jabuti. O Volume 1 do Livro das Mil e Uma Noites já havia sido premiado no Jabuti, em 2006

Na categoria infantil, A Pedra na Praça (Rovelle), de Ana Sofia e Tatiana Mariz, foi desclassificada e substituída por O Peixe e a Passarinha (Companhia das Letras), de Blandina Franco e José Carlos Lollo. De acordo com o regulamento, apenas obras inéditas podem concorrer. A Pedra é uma adaptação de contos de Tolstói.




Fonte: Estadão.

‘Reprodução’ leva a importante discussão sobre potência da literatura

Bernardo Carvalho radicaliza sua obra com uma escrita desconcertante

20 de setembro de 2013 | 22h 12





João Cezar de Castro Rocha- Especial para o Estado - O Estado de S. Paulo




JF Diorio/ Estadão
O escritor Bernardo Carvalho

Reprodução encantaria a Paul Valéry. Em tiro certeiro, o poeta francês afirmou: “O prazer da leitura reside em sua dificuldade”. Neste novo livro, Bernardo Carvalho radicaliza sua literatura com uma escrita particularmente difícil, desconcertante. As repetições de clichês e de séries linguísticas singularizam o romance e têm alvo preciso: a estandardização da cultura.

O fenômeno foi intuído pelo autor de Mimesis. Em carta enviada a Walter Benjamin, em 1937, exilado em Istambul, Erich Auerbach diagnosticava a emergência de “uma internacional da trivialidade e uma cultura-esperanto”. Isto é, a reprodução infinita de conteúdos estereotipados em escala planetária, fenômeno tornado possível pelas novas tecnologias. Ora, qual o futuro da literatura na “era da reprodutibilidade digital”? Eis um ensaio que Benjamin, leitor deReprodução, poderia ter escrito.

O enredo é simples: um estudante de chinês decide viajar à China – a redundância é o procedimento-chave do texto. Na fila do check-in, descobre sua ex-professora de chinês, “desaparecida dois anos antes”, com uma criança. Aproxima-se, e o pior acontece: um policial, apressadamente, retira as duas da fila. Ao mesmo tempo, outro policial o leva para um inesperado interrogatório, marcado por uma série de mal-entendidos. Porém, como se sugere no final da trama, “os mal-entendidos não deixam de ser uma forma de comunicação”.

O livro é estruturado por três monólogos, com pontuações eventuais do narrador: dois do estudante de chinês, e um longo desabafo de uma delegada em crise.

Reprodução retoma e aprofunda temas definidores da visão do mundo de Carvalho. Por exemplo, o desaparecimento de um estrangeiro é motivo recorrente em sua ficção. Recordem-se o suicídio de Buell Quain e o caso do fotógrafo brasileiro, respectivamente, em Nove Noites e Mongólia.

De igual modo, a iminência do fim das culturas projeta-se em toda sua obra. Retorne-se ao primeiro livro, Aberração (1993). Vale a pena reler Uma Civilização, pois certas obsessões já se encontram nesse primeiro exercício antropológico-literário. Nele, estudiosos descobrem uma cultura que “sofreu (...) um susto, um ataque cardíaco, e desapareceu”. O conto busca imaginar mundos alternativos, porém com uma torção significativa: podemos idear universos paralelos, mas unicamente para reduzi-los aos padrões que dominamos. (Isto é: reprodução do conhecido.)

Lembre-se ainda da entrevista feita pelo jornalista-narrador de Nove Noites, ou seja, Carvalho, com Claude Lévi-Strauss. No fundo, as palavras do antropólogo emolduram o dilema vivido em Reprodução: “Quando eu estava no Brasil, há mais de cinquenta anos, fiquei profundamente emocionado, é claro, com o destino daquelas pequenas culturas ameaçadas de extinção. Cinquenta anos depois, faço uma constatação que me surpreende: também a minha própria cultura está ameaçada”.

Ameaçada pela “internacional da trivialidade”. Os monólogos de Reprodução recorrem deliberadamente ao idioma monótono da “cultura-esperanto”. A extinção acelerada de idiomas é tópico que, embora seja fascinante, é pouco explorado ficcionalmente. Aqui, se destaca o romance de Carvalho. Não surpreende, pois, que um dos policiais mate o tempo “lendo um livro sobre o desaparecimento das línguas”.

Por fim, a padronização das culturas estimula um questionamento decisivo acerca da potência da literatura no mundo contemporâneo. O narrador de Mongólia explicita o receio: “A literatura já não tem importância”; e justifica o diagnóstico: “a nossa já não era uma época para a literatura”.

Em Reprodução, o motivo ressurge através da escrivã Márcia, descrita de forma sintomática: “é branca e burra, burríssima, só serve pra ler romance”. Esclareça-se, porém, que a escrivã Márcia nunca consideraria Reprodução um “romance”. (Paul Valéry tinha mesmo razão.)



JOÃO CÉZAR DE CASTRO ROCHA É PROFESSOR DA UERJ