FRANCISCO DELIANE
O casamento ia de mal a pior e ele escolhera o pior caminho, - escondia-se na farra. De manhã ia ao trabalho mas só voltava de madrugada. Um dia encontrou a casa vazia, exceto o seu pequeno aquário no piso, no canto da sala, com um único peixe que alheio a tudo nadava, nadava, nadava... sozinho na maior farra.
Nada restou na casa exceto o peixe no aquário e o silencio. Silêncio pesado, silêncio de dor e medo que parecia dizer que na casa restaram dois peixes. Um, no aquário; o outro, fora d'água.
O silêncio o fez pensar:
Ele era o peixe. Ela era a água.
Como fazer? O que haveria de fazer? Mas o silêncio não lhe respondeu nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário